Antevisão - Nacional de Juvenis, Juniores e Seniores - Open de Portugal

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Antevisão - Nacional de Juvenis, Juniores e Seniores - Open de Portugal,

Por João Bastos

A partir de quinta-feira, 4 de abril, a natação portuguesa encontra-se em Coimbra nos Campeonatos Nacionais de Juvenis, Juniores e Seniores - Open de Portugal.

Durante quatro dias 805 nadadores disputam os diversos títulos nacionais (e Open) em compita, com adicional de se puderem obter mínimos para três competições internacionais: Jogos Olímpicos, Europeus e Europeus de Juniores, e ainda a constituição da equipa juvenil para a Taça Comen.

Maiores candidatos ao ouro

São apenas duas as ausências sonantes nesta competição, os benfiquistas Diogo Ribeiro e Miguel Nascimento, regressados aos treinos há muito pouco tempo depois dos Mundiais de Doha em fevereiro último.

De resto, todos os internacionais portugueses que estiveram em competição no Catar há cerca de dois meses voltam a entrar em ação e são, naturalmente, os maiores candidatos a sair de Coimbra com o maior número de medalhas de ouro.

Gabriel Lopes está inscrito em seis provas, desde as suas mais habituais: 200 estilos, 200 bruços, 200 livres e 400 estilos, às menos comuns 100 e 200 mariposa.

Camila Rebelo vai nadar as três provas de costas e ainda os 200 metros livres e os 400 metros estilos.

Angélica André está inscrita em cinco provas: 800 e 1500 livres, 200 mariposa, 200 e 400 estilos.

Diogo Cardoso vai ser o nadador com mais metros nadados nestes campeonatos, alinhando nos 400, 800 e 1500 metros livres, 200 metros mariposa e 400 metros estilos.

Mariana Cunha costuma ser das nadadoras inscrita em mais provas, mas desta vez até se apresenta bastante comedida, estando inscrita “apenas” em quatro provas: as três distâncias de mariposa (onde tem os recordes nacionais absolutos dos 50 e 100 muito próximos) e nos 100 metros livres.

Francisca Martins também nadará quatro provas, todas de livres: 50, 100, 200 e 400 metros.

Tamila Holub vai nadar os seus clássicos. Está inscrita em três provas, os 400, 800 e 1500 metros livres.

Ana Pinho Rodrigues está inscrita nas três provas em que é recordista nacional absoluta: 50 livres, 50 e 100 bruços e irá, certamente, aumentar o pecúlio de 24 títulos Open ao longo da sua carreira.

Francisco Quintas vai alinhar, como habitualmente, nas três distâncias de bruços.

À parte dos mundialistas de Doha, há outros nadadores candidatos a serem os mais titulados do Open de Portugal, nomeadamente José Paulo Lopes (400, 800 e 1500 livres e 400 estilos), Diana Durães (as mesmas provas de José Paulo Lopes) e Ana Margarida Guedes (50 livres, 50 e 100 mariposa e 200 costas).

Nota ainda para o regresso de João Costa, ainda a recuperar da cirurgia ao ombro, que vem testar-se nadando apenas os 50 metros costas.

Entre os nadadores estrangeiros, destaque para a presença do forte contingente espanhol, onde se destacam Carlos Garach, recordista nacional dos 400 metros livres, Arbidel González, recordista nacional dos 200 metros mariposa, Miguel Martinez, recordista nacional dos 200 metros mariposa em piscina curta e Maria de Valdés, vice-campeã do mundo dos 10 km em águas abertas e vice-campeã europeia dos 5 km.

Destaque também para o recordista nacional argentino nos 50 e 100 costas, Ulises Saravia.

Maiores candidatos aos mínimos

Estes campeonatos têm ainda como condimento a possibilidade de obtenção de mínimos para as grandes competições deste verão, com os Jogos Olímpicos à cabeça.

Com Diogo Ribeiro, Miguel Nascimento, Camila Rebelo e João Costa já apurados, o sonho ainda não se desvaneceu para mais alguns nadadores portugueses.

De referir que os nacionais de Coimbra não são a última possibilidade de apuramento para os Jogos (o apuramento fecha a 23 de junho, no último dia dos Europeus de Belgrado), mas será um momento crucial para que os nadadores apurados ainda consigam fazer novo pico de forma em julho/agosto.

Assim, o nadador que mais próximo está do mínimo é Gabriel Lopes que tem de tirar 40 centésimos ao seu recorde pessoal nos 200 estilos para garantir o passaporte para Paris.

Também Francisca Martins está a menos de um segundo do tempo de apuramento, mas nos 400 metros livres onde dista 87 centésimos.

Mariana Cunha, com o seu recorde pessoal de 58.87 nos 100 mariposa, está a 95 centésimos do acesso aos Jogos.

Estes serão os três nadadores com mais fortes possibilidades de apuramento, mas há ainda dois nadadores que têm melhores recordes pessoais do que o mínimo para Paris, mas que neste ciclo olímpico ainda não se apresentaram ao seu melhor nível. São eles Francisco Santos nos 200 metros costas e Ana Catarina Monteiro nos 200 metros mariposa.

Somam-se ainda quatro nadadores que já estiveram presentes em Jogos Olímpicos e que até fechar o apuramento não vão, certamente, deitar a toalha ao chão: Diana Durães, Tamila Holub, Ana Pinho Rodrigues e José Paulo Lopes.

Virando a página para o Europeu de Belgrado, neste momento estão já apurados cinco nadadores: Diogo Ribeiro, Miguel Nascimento, Gabriel Lopes, Camila Rebelo e Ana Pinho Rodrigues.

Naturalmente, todos os acima citados estão na linha da frente para chegarem a estes campeonatos, uns com maior facilidade, outros que terão de se superar ou ficar em cima dos seus recordes pessoais.

A estes há que juntar Kevins Apseniece nos 200 mariposa, Rafaela Azevedo nos 50 costas e Ana Margarida Guedes nos 50 mariposa.

Já para os Europeus de Juniores há dois nadadores que vêm a estes nacionais com o apuramento garantido: Gonçalo Azevedo e Rafael Mimoso.

Com fortíssimas hipóteses de apuramento surgem ainda Tomás Januário (apenas a 4 centésimos do mínimo nos 100 costas nos regionais de Lisboa), Pedro Bonniz, Laura Barbeito e Inês Amorim.

Um pouco mais distantes dos mínimos, mas também com boas hipóteses, há que atentar nos desempenhos de Catarina Franco, Rodrigo Rodrigues, Francisco Silva e Leonardo Cruz.

Já nos juvenis o critério será, para além de cumprir os tempos da tabela de referenciação pré-júnior, caso haja mais do que 4 nadadores e 4 nadadoras a nadar abaixo dessas marcas, serão selecionados os 8 (4+4) que mais se distanciaram do tempo mínimo.

Para já, apenas três nadadores nadaram abaixo dos tempos da tabela: Rui Pereira, Miguel Medeiros e Luana Craveiro.

Os campeões da era Open

Este modelo do Open de Portugal estabeleceu-se na época 2010/2011 e nem sempre decorreu no formato de eliminatórias e finais.

Desde então muitos foram os multi-campeões e autênticos dominadores em determina(s) prova(s) independentemente da qualidade dos nadadores estrangeiros que vieram a esta competição aumentar o nível. E já foram muitos nomes sonantes que estiveram presentes nesta competição com Adam Peaty e Sarah Sjöström à cabeça, mas também Domenico Acerenza, Louise Hansson ou Michelle Coleman.

Apesar de grandes nomes da natação mundial que vieram competir no Open de Portugal até mais do que uma vez, os portugueses são os grandes dominadores da competição e entre eles destacam-se vários pelas sequências de vitórias extraordinárias.

O top -10 de maiores vencedores de títulos individuais do Open de Portugal está assim organizado:

1.Ana Pinho Rodrigues – 24 títulos

2.Tamila Holub – 12 títulos

3.José Paulo Lopes, Victoria Kaminskaya, Ana Catarina Monteiro e Alexis Santos – 11 títulos

7.Miguel Nascimento e Nuno Quintanilha – 9 títulos

9.Mariana Cunha e Tomás Veloso – 7 títulos

No que diz respeito aos nadadores estrageiros, a mais titulada é a britânica Jessica Fullalove com 6 títulos, seguida da também britânica Danielle Lowe, com 5 títulos e no terceiro lugar surge o sueco Magnus Jakupsson com 4 títulos.

Danielle Lowe mantém-se como a única nadadora (feminino ou masculino) a conseguir 5 títulos numa só edição. Foi em 2013. Já em termos de sequência de vitórias, Ana Pinho Rodrigues vai em 8 Open consecutivos a subir ao lugar mais alto do pódio. Só em 2015 conseguiu um título, nas edições seguintes nunca saiu da competição com menos de 3 ouros.

Há duas nadadoras ainda no ativo que subiram ao lugar mais alto do pódio na primeira edição, em 2011: Ana Catarina Monteiro e Angélica André.

Ana Catarina Monteiro também tem um registo impressionante de domínio na mesma prova. Em 12 edições do Open ganhou por 9 vezes a prova de 200 metros mariposa.

Recordes do Open

Em Portugal não há a norma de registar melhores tempos de determinada competição, excetuando alguns meetings, mas o Open de Portugal tem garantido muitas marcas de relevo, algumas são recordes nacionais, outras ainda melhores que os recordes nacionais portugueses, pelo que pode ser motivo de interesse adicional identificar os melhores tempos e os seus executantes na expetativa de ver cair também 

RECORDES do OPEN DE PORTUGAL

O Open de Portugal começa quinta-feira e pode acompanhar em direto em NATACÃOTV.PT

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